A história do Alecrim
O alecrim é uma erva aromática comum na região do Mediterrâneo ocorrendo dos 0 a 1500 metros de altitude, preferencialmente em solos de origem calcária. Devido ao seu aroma característico, os romanos designavam-no como rosmarinus, que em latim significa orvalho do mar.
Como qualquer outro nome vernáculo, o alecrim é por vezes confundido com outras espécies, nomeadamente o rosmaninho, Lavandula stoechas, termo usado sobretudo no centro e sul de Portugal, que corresponde à alfazema, noutras regiões. Mas é o alecrim que tem precisamente o étimo rosmarinus. No entanto, estas espécies de plantas, alecrim e rosmaninho, ou alfazema, pertencem a dois géneros distintos, Rosmarinus e Lavandula, respectivamente, e as suas morfologias revelam diferenças entre as duas espécies, em particular, a forma, coloração e inserção da flor.
Aplicações medicinais
A medicina popular recomenda o alecrim como um estimulante às pessoas atacadas de debilidade, sendo empregado também para combater as febres intermitentes e a febre tifóide.
Uma tosse pertinaz desaparecerá com infusões de alecrim, que também se recomendam a todas as pessoas cujo estômago seja preguiçoso para digerir.
Também apresenta propriedades carminativas, emenagogas, desinfetantes e aromáticas. É ainda relaxante muscular, ativador da memória e fortalece os músculos do coração. Cientistas dizem que ramos de alecrim deveriam ser dependurados em oficinas e áreas onde crianças fazem tarefas escolares para um melhor funcionamento da memória.
Uma infusão de alecrim faz-se com quatro gramas de folhas por uma chávena de água a ferver. Toma-se depois das refeições. Possui grande quantidade de hesperidina, um bioflavanóide com efeitos antinociceptivos comprovados contra gota.
O alecrim também é útil para tratar problemas de cabelo, rivalizando com o conhecido Minoxidil (inclusive a queda). Resultados, feitos em ratos, sugerem que o extrato da folha de Alecrim inibe a ligação da DHT aos receptores andrógenos quando aplicada nas áreas capilares. Muitos xampus antiqueda costumam incluir o extrato de alecrim em suas fórmulas.
Utilização culinária
Fresco (preferencialmente) ou seco, é apreciado na preparação de aves, caça, carne de porco, salsichas, linguiças e batatas assadas. Na Itália é utilizado em assados de carneiro, cabrito e vitela. Em churrascos, recomenda-se espalhar um bom punhado sobre as brasas do carvão aceso, perfumando a carne e difundindo um agradável odor no ambiente. Pode ser utilizado ainda em sopas e molhos.
O alecrim é também usado em pães e tortas salgadas. A focaccia é um pão tradicional italiano que é coberto com alecrim e azeite.
Curiosidades sobre o Alecrim
De acordo com algumas crenças populares, o alecrim afasta a inveja, e quando colocado debaixo do travesseiro, afasta os sonhos maus. Também há quem acredite que se alguém toca a pessoa que ama com alecrim, o amor dessa pessoa por quem a tocou vai ser eterno.
Segundo uma lenda de origem cigana, o alecrim tem uma característica divina, porque terá aparecido pela primeira vez perto do estábulo onde nasceu Jesus, no preciso local onde Maria jogou a água do banho de Jesus.
É uma erva que tonifica as pessoas e os ambientes. É considerado também um poderoso estimulante natural, favorecendo as atividades mentais, estudos e trabalho. Favorece e fortifica o ânimo e vitalidade das pessoas. Agindo em conjunto com a arruda, "segura" as energias de inveja, mau-olhado e fofocas.
A flor do alecrim está associada à coragem e fidelidade. De igual forma, significa bom ânimo, confiança e espiritualidade. As suas flores transmitem um sentido de bem-estar e por esse motivo estão muitas vezes presente em reuniões familiares.